1ª Missão jovem na Amazônia
Provincia Brasile Caxias do Sul
Inserita il: 18/12/2014
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Tivemos a grande Graça de Deus, neste Advento, de poder participar da primeira missão jovem da Amazônia, promovida pela CNBB, de 4 a 12 de dezembro último. A missão aconteceu na região da Raposa Serra do Sol, entre as comunidades indígenas Macuxi, distantes 400 km da capital, Boa Vista – RR, próximo à divisa com a Venezuela. O grupo missionário foi formado por jovens que vieram de todos os Estados do Brasil, três irmãs, jovens índios das comunidades, seis padres e o bispo, Dom Roque Paloski. Fomos divididos em equipes e cada equipe foi para um centro formado por diversas comunidades.
Foi muito marcante e emocionante, desde os primeiros momentos da chegada, com a calorosa acolhida do povo Macuxi, onde crianças, jovens, adutos e idosos, todos no embalo da dança, do canto, da alegria receberam a equipe de missionários marcando-os com a sua marca de tinta, num rito, para eles sagrado. Com esse rito, éramos introduzidos no meio deles, que manifestavam sua confiança em nós. Fomos recebidos por uma grande caravana, com biciletas, motos, caminhão e caminhonetas lotadas de pessoas, a quase um quilômetro antes de chegar no Malocão (local onde as comunidades indígenas se reúnem).
É impressionante a harmonia que existe entre as pessoas indígenas e a natureza. Entre eles existe muito respeito; ninguém grita com ninguém, nem com as crianças; se comunicam muito por sinais; é uma beleza o canto na própria língua Macuxi, a música, a dança, sem se cansar. As crianças são serenas, participam de tudo com com seus pais e a comunidade, sem correr nem atrapalhar. Todos cuidam de todos no Malocão.
Chamou a nossa atenção:
Do povo Macuxi - organização: é feita de modo circular e participativa que favorece à comunhão; a forma visual da organização em cartazes e banners é educativa às novas gerações. É clara a preocupação dos tuxauas em preparar lideranças jovens para dar continuidade à sua cultura. As crianças e adolescentes desde pequenos são incentivados ao canto, dança na frente da comunidade; sem timidez pegam o microfone, é um “palco” onde se desenvolvem os talentos desde pequenos
Consciência histórica: é forte e transparece o espírito de luta e enfrentamentos de dificuldade, as vitórias alcançadas animados pela fé, pela Palavra de Deus. Essa é força que iluminou e forteleceu a caminhada, na certeza de que sua luta é também a luta pelo Projeto de Deus. Parece que eles não se cansam nunca de contar a própria história, recheada pelas marcas de bala, de faca, do enfrentamento dos fazendeiros, garimpeiros, na conquista da terra. A presença da Igreja é um suporte para a caminhada do povo macuxi. É claro o reconhecimento e gratidão pela presença da Igreja, tanto no passado quanto hoje, com os missionários e o bispo. Eles têm convicção de que Deus está com eles, caminha junto e vai indicando os caminhos; tem certeza de que sozinhos – como povo – eles jamais teriam conseguido vencer a opressão e o ataque dos “brancos”. Isso se refere à organização interna, à vitória da conquista da terra, aos diversos projetos que hoje estão em andamento. É bem visível o compromisso, conforme diz a GS 1, onde as alegrias e sofrimentos do povo são os mesmo dos discípulos de Jesus. Em algumas comunidades está despontando a liderança feminina.
Sentimo-nos privilegiadas e somos muito agradecidas a Deus pela oportunidade única de participar desse momento tão marcante, na caminhada de evangelização, troca de experiência e participação com os jovens vindos de diferentes partes do Brasil e também com os jovens indígenas. Por tudo benizemos e louvamos ao Senhor!
Irmãs Glória Cardoso e Soeli Branco, sjbp
