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Retiro anual dos cooperadores

Provincia Brasile San Paolo

Inserita il: 28/07/2015

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“Já não vos chamo de servo, mais sim amigos” (Jo 15,15)
 
No domingo, 19 de julho de 2015, tivemos a alegria de ter como pregador do Retiro Anual para os Cooperadores Paulinos Amigos de Jesus Bom Pastor, Dom Júlio Endi Akamine, Bispo Auxiliar de São Paulo, Vigário Episcopal da Região Lapa. Dom Júlio nos falou com muita beleza sobre o Evangelho de São João, mais especificamente do capítulo 15, ajudando-nos a refletir o texto e o contexto. O tema do retiro foi: “Já não vos chamo de servo, mais sim amigos” (15,15).
O capítulo 15 começa com a afirmação de Jesus: “Eu sou a verdadeira videira e meu Pai é o agricultor” (v. 1). Jesus é a videira que Deus Pai plantou, pois Ele é o agricultor, e nós, seu povo, somos os ramos. Videira e ramos têm uma relação de entrelaçamento, um está unido ao outro, videira e ramos. Não se pode imaginar a videira sem seus ramos, pois, eles não são extrínsecos à videira, estão um no outro. 
 
São Paulo faz uma analogia parecida para explicar a ligação de Jesus Cristo com os cristãos usando o “corpo”, ele tem muitos membros e estão ligados de tal forma que um está no outro. O membro não vive sem o corpo e o corpo fica mutilado sem o membro.  Explicou Dom Júlio que as partes fazem parte do todo, assim como o todo faz parte das partes. Uma mão vê através dos olhos, quando os olhos param de enxergar, todo o corpo não é mais capaz de ver. A isso se chama relacionamento orgânico. Muito interessante perceber a análise que coloca Jesus Cristo como o todo de todos nós, partes que não são nada sem Ele. “sem mim, nada podeis fazer” (v. 5c). 
 
João diz que esta relação é vital, os ramos brotam da videira, ou seja, os discípulos brotam de Jesus, os ramos recebem a seiva da videira quando permanecem ligados a ela. E permanecer não é um simples estar junto, não é apenas estar próximo, mas algo muito maior; é uma recíproca imanência. Permanecer é morar e a morada é lugar de acolhida. Morar com a família, por exemplo, é ser amado pelo que se é e não pelo que se tem. 
 
Esta permanência em Jesus vai determinar o tipo de fruto que será produzido através de cada um dos cristãos. Afirma Dom Júlio que, muitas vezes, ficamos preocupados em julgar se os frutos são bons ou não, porém, não somos donos dos frutos, não temos controle sobre eles. Os frutos são mistério que pertencem a Deus Pai, muitas vezes, quando diante de tantos trabalhos, não se vê os frutos, eles podem estar em outros lugares, por exemplo, conversões que acontecem como frutos de ações remotas dos cristãos. Os frutos não podem se tornar somente ativismo e produtividade, nem somente passividade e imanência, mas devem ser frutos de fraternidade, frutificar para dentro e para fora, ou seja, permanecer na imanência e também, sair pra missão, como diz o Papa Francisco, ser uma Igreja em saída. 
 
“Se observais meus mandamentos permanecereis no meu amor, como guardei os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor” (v. 10). Parece contraditório falar de amor e de lei, porém, Jesus fala da lei que é o próprio amor, é o mandamento do amor. O Filho obedece ao Pai porque se sente amado, é diferente de uma obediência por imposição que acontece por coação, medo ou até por simples interesse que se dá através de negociações. “Este é o meu mandamento amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (v. 12). Este amor de que Jesus se refere é o amor que vai do Ágape ao Filia, é um bem espiritual que se multiplica, enfim, somente através do amor, os bons frutos são produzidos.
 
pelo grupo de Cooperadores Amigos de Jesus Bom Pastor,
Francisca Cirlena Cunha Suzuki

 





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